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terça-feira, 1 de setembro de 2009

AQUECIMENTO GLOBAL

A variação do clima é um fenômeno que sempre fez parte da dinâmica do planeta, apresentando períodos de mudanças intensas como a grande glaciação do período Oligoceno da Era Cenozóica, há 33,5 milhões de anos. Mas a rapidez da alteração climática que vem ocorrendo na Terra motivou cientistas de diversas áreas a olhar para o fenômeno com desconfiança. Inúmeros estudos levaram a comunidade científica a confirmar que o aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera a partir da Revolução Industrial está associado às emissões decorrentes do crescimento econômico e demográfico da humanidade. Essa intensificação abrupta do efeito estufa vem gerando um aquecimento do planeta em níveis que ultrapassam a variabilidade natural do clima e que apontam para uma mudança irreversível do sistema climático.
A pesquisa científica tem sido uma ferramenta fundamental para apoiar decisões e iniciativas da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e para a formulação de políticas em países de todo o mundo. A importância do apoio da ciência motivou a CQMC a criar juntamente com a Organização Meteorológica Mundial (OMC) o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), instituição que reúne especialistas do mundo inteiro para a realização de estudos sobre causas, efeitos e projeções relacionadas às alterações climáticas.
O IPCC se tornou a principal referência em pesquisa científica sobre temas ligados ao aquecimento global e periodicamente publica relatórios de avaliação que funcionam como compilações das descobertas dos cientistas. Até hoje, foram lançados quatro relatórios, sendo o mais recente no final de 2007. No quarto relatório, o IPCC concentrou seus estudos nas projeções de cenários de mudança do clima de acordo com o nível de aumento da temperatura do planeta.
No Brasil, os estudos mais abrangentes têm sido realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e outros de caráter mais específico vêm sendo conduzidos por instituições diversas, como a Conservation International Brasil, a COPPE/UFRJ, a Embrapa, o Instituto de Pesquisas da Amazônia, o Greenpeace Brasil, o Instituto Socioambiental, a TNC, a Unicamp e o WWF. Recentemente, os ministérios da Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente anunciaram a criação do Painel Brasil sobre Mudanças Climáticas, que terá como objetivo agregar e ampliar as pesquisas brasileiras na área, a exemplo do que faz o IPCC. A iniciativa produzirá até 2012 um relatório com a atualização completa das bases técnicas e científicas sobre a situação do Brasil frente às mudanças climáticas e seu impacto sobre o desenvolvimento do País.
CAUSAS DO AQUECIMENTO GLOBAL
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), as emissões de gases do efeito estufa (GEEs) provenientes de atividades humanas cresceram 70% entre 1970 e 2004. Do total de emissões antropogênicas, 77% correspondiam ao dióxido de carbono, que no mesmo período teve um aumento de 21 para 38 gigatoneladas (Gt). O aumento de emissões de carbono equivalente foi bem maior no período de 1995 a 2004, do que de 1970 a 1994. Os setores que mais contribuíram para o aumento de emissões foram energia, transporte e a indústria e em um ritmo menor os edifícios comerciais e residenciais e os setores florestal e da agricultura.
No caso do Brasil, a principal fonte de emissão de gases do efeito estufa vem da queimada e derrubada de florestas . De acordo com o estudo Indicadores de Desenvolvimento Sustentável Brasil 2008, produzido pelo IBGE, a destruição da vegetação natural, em especial na Amazônia e no Cerrado, resultam em 75% das emissões de gases do efeito estufa no país, que fazem do Brasil o quarto maior poluidor do mundo, com cerca de 1,3 Gt/ano. As duas maiores cidades brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro, que fazem uso intensivo de combustíveis fósseis, emitem juntas apenas 3% desse total, aproximadamente.
De acordo com o IPCC, há forte evidência de que grande parte do aquecimento global é decorrente do aumento da concentração de GEEs, principalmente o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e os halocarbonetos, que são gases que contêm carbono ligado a flúor, cloro ou bromo.
IMPACTOS DO AQUECIMENTO GLOBAL
Água
- Impactos sobre a água serão fundamentais para todos os setores e regiões.
- Perdas em massa de glaciares e redução na cobertura de neve devem se acelerar ao longo do século 21, diminuindo a disponibilidade de água, o potencial hidrelétrico e mudando a sazonalidade de cursos de água em regiões abastecidas por derretimento de água de regiões montanhosas, onde mais de um sexto da população humana vive.
- Mudanças em precipitação e na temperatura devem levar a mudanças em drenagem e na disponibilidade de água. A drenagem deve aumentar entre 10 e 40% até a metade do século em altas latitudes e em algumas áreas tropicais úmidas, incluindo regiões populosas do Leste e Sudeste Asiático, e diminuir entre 10 e 30% em regiões secas de médias latitudes e trópicos secos, devido à diminuição das chuvas e a taxas mais elevadas de evapotranspiração. Áreas semi-áridas deverão sofrer diminuição das fontes de água devido à mudança do clima. Áreas afetadas por secas devem crescer em extensão, com potencial para impactos negativos em diversos setores, como a agricultura, o abastecimento de água, a produção de energia e a saúde.
- Pesquisas indicam um aumento futuro significativo de chuvas fortes em diversas regiões, incluindo algumas nas quais a média de chuvas é projetada para diminuir. É provável que 20% da população mundial estará vivendo em áreas de alto risco de enchentes até 2080. Aumentos na freqüência e severidade das enchentes e secas devem afetar negativamente o desenvolvimento sustentável. Aumento nas temperaturas afetará mais ainda as propriedades físicas, químicas e biológicas da água de rios e lagos, com impactos predominantemente negativos sobre espécies de água doce, composição de comunidades e qualidade da água. Em áreas costeiras, o aumento do nível de mares irá piorar as restrições a fontes de água, devido ao aumento de salinização dos reservatórios subterrâneos de água.

Alimentação
- A produtividade das plantações deve crescer um pouco em latitudes médias e altas para aumento na temperatura que variem de 1 a 3º.C, dependendo da plantação. Acima dessa faixa, a produtividade deve diminuir em algumas regiões.
- Em baixas latitudes, especialmente em regiões tropicais ou que passam por secas sazonais, a produtividade das plantações deve cair mesmo no caso de pequenos aumentos na temperatura (entre 1 e 2ºC), o que aumentaria o risco de fome.
- Globalmente, o potencial para a produção de alimentos deve crescer para um determinado aumento de temperaturas médias.

Áreas Costeiras
- Devem ficar expostas a riscos crescentes, incluindo erosão costeira, devido à mudança do clima e ao aumento do nível do mar; esse efeito pode ser exacerbado por pressão da ação humana no litoral.
- Por volta da década de 2080, milhões de pessoas devem sofrer efeitos de enchentes todo ano, devido ao aumento do nível do mar. O número de atingidos será maior nas regiões populosas e de deltas baixos da Ásia e da África, sendo que pequenas ilhas serão especialmente vulneráveis.

Ecossistemas
- A resistência de ecossistemas será afetada pela combinação entre efeitos da mudança do clima - como enchentes, secas, incêndios e acidificação de oceanos - e a mudança de outros fatores como mudança de uso da terra, poluição, fragmentação e superexploração de recursos.
- No decorrer deste século, a absorção de carbono por ecossistemas terrestres deve chegar ao limite, se enfraquecendo ou até revertendo a ação, o que contribuirá para a amplificação da mudança do clima.
- Entre 20 e 30% das espécies analisadas deverão estar sob maior risco de extinção se o aumento de temperatura for superior à faixa de 1,5 a 2,5ºC.
- Para aumentos na média de temperatura global que excedam a faixa de 1,5 a 2,5ºC, devem ocorrer mudanças significativas na estrutura e função de ecossistemas, na interação ecológica entre as espécies e mudanças nos domínios geográficos das espécies, com conseqüências predominantemente negativas para a biodiversidade e para os recursos e serviços naturais, como a disponibilidade de água e comida, por exemplo.

Indústria, assentamentos e sociedade
- As regiões mais vulneráveis são as das áreas costeiras e de planícies alagadas de rios, e cujas economias sejam ligadas a recursos mais sensíveis ao clima e que estejam em áreas suscetíveis a eventos climáticos extremos, especialmente se houver urbanização intensa em andamento.

Saúde
- O status de saúde de milhões de pessoas deve ser afetado através de fatores como aumento da má nutrição, aumento de doenças e mortes por eventos climáticos extremos, aumento de surtos de diarréias, aumento da freqüência de doenças cárdio-respiratórias devido à maior concentração de ozônio ao nível da superfície em áreas urbanas, e mudança da distribuição espacial de algumas doenças contagiosas.
- A mudança do clima deve trazer benefícios para algumas áreas temperadas, como menos mortes pelo frio, e efeitos mistos como mudança da abrangência e do potencial de transmissão da malária na África. Mas esses benefícios devem ser suplantados por efeitos negativos do aumento da temperatura sobre à saúde, especialmente em países em desenvolvimento.
- Serão criticamente importantes os fatores que moldam diretamente a saúde da população como educação, assistência médica, iniciativas de saúde pública, infra-estrutura e desenvolvimento econômico.

Fonte: http://www.oc.org.br/

O USO DE ANIMAIS NA PESQUISA CIENTÍFICA

A pesquisa científica é realizada  no intuito de trazer soluções para o nosso dia a dia, como por exemplo, descobrir a cura de doenças e diminuir a distância entre as pessoas (criação do telefone, da internet, etc.). Muitos dos métodos científicos, por sua vez, são questionados, pois vidas são sacrificadas. Grande parte da cura de doenças no ser humano foram encontradas a partir de anos de experimentos com ratos, macacos e outros mamíferos. Para fazer o levantamento da biodiversidade de um determinado local são colocadas armadilhas e milhares de invertebrados e pequenos vertebrados são mortos.
Será que essa é a melhor maneira de fazer ciência? Será correto colocar em risco a vida de outros seres vivos para trazer benefícios à nossa?
Há muito tempo esse tema é debatido, mas nada foi feito em defesa dos animais. Isso porque diz-se não haver tecnologia suficiente para substituir o uso de animais não- humanos na pesquisa científica.
Antigamente, cientistas que utilizavam animais não- humanos como cobaias, defendiam a hipótese de que esses bichos não possuíam sentimentos, e portanto, não sentiam dor. Hoje, a legislação cobra que sejam utilizados anestésicos ou analgésicos para diminuir a dor das cobaias.
Por maior que seja o avanço da ciência ao utilizar animais não - humanos como cobaias, devemos fazer uma reflexão sobre o respeito que devemos ter para com esses animais.
Por Ritta Conrado
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